Fico muito feliz em escrever para vocês a respeito do aumento da representatividade feminina na medicina. Após muitas dificuldades, Elizabeth Blackwell, foi a primeira mulher médica a se formar em medicina em 1849 na Geneva Medical College, nos EUA. No Brasil, a primeira mulher que se formou em medicina foi Rita Lobato Velho Lopes na Faculdade de Medicina de Salvador em 1887.
De acordo com a Demografia Médica no Brasil deste ano, o número de mulheres tem crescido paulatinamente não só na medicina, como também em especialidades antes consideradas majoritariamente masculinas. Em 2009, 40,5% dos médicos eram mulheres. No atual ano, somos 49,1% e é estimado que ultrapassemos a quantidade de médicos homens já no ano que vem, com 50,2%. Para 2035, a estimativa é que as mulheres representem 56% do números de médicos no Brasil.
Quanto às especialidades, os homens ainda são maioria em 36 das 55 especialidades médicas, entre elas urologia, ortopedia e neurocirurgia, e as mulheres predominam em 19 delas, como dermatologia, pediatria e endocrinologia. Nas especialidades cirúrgicas as mulheres ainda são minoria. No caso da Cirurgia Geral, as médicas representam menos de 25% do total de especialistas. Entretanto, quando comparamos com a primeira edição da Demografia Médica Brasileira, de 2015, percebemos que está ocorrendo um aumento progressivo de mulheres também nas especialidades cirúrgicas, visto que elas compreendiam apenas 18,4% dos cirurgiões.
Ainda, o número de mulheres que ingressam nas faculdades de medicina também está aumentando e, em 2019, abrangeu 61,1% dos alunos. Quando comparado com outros países, no Brasil, em 2022, o percentual de médicas foi de aproximadamente 48,5%, o qual é maior que no Japão (22,7%) e na Coreia do Sul (24,5%).
O aumento da representatividade feminina na medicina demonstra uma mudança que ocorre gradualmente na nossa sociedade. Contudo, devemos estar atentos para combater as desigualdades de gênero na remuneração profissional e nos postos de trabalho.
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Fonte: Demografia Médica Brasileira, 2023; Demografia Médica Brasileira, 2015.

