A imunoterapia utiliza medicações que ajudam o sistema imune da própria paciente a identificar e destruir as células tumorais de forma mais efetiva. Estas medicações atuam em proteínas específicas do sistema imune aumentando a resposta imunológica, por isso, elas possuem diferentes efeitos colaterais do que a quimioterapia citotóxica (habitual).
Mas como a imunoterapia pode ser utilizada no tratamento do câncer de mama? Uma importante característica do nosso sistema imune é a sua capacidade de reconhecer e não atacar as células normais do corpo. Para que isto aconteça, ele utiliza algumas proteínas chamadas de “checkpoints” que funcionam como “pontos de checagem”. Fazendo uma analogia, é como se as nossas células do sistema imune fossem carros andando em uma rodovia e os “checkpoints” sejam postos de polícia. De acordo com o “checkpoint” o carro pode ser desligado (sistema imune não ataca a célula normal) ou pode seguir em frente se juntando com outros carros para combater o inimigo (o sistema imune inicia uma resposta imune). Entretanto, algumas células tumorais utilizam estes “checkpoints” para evitarem ser atacadas pelo sistema imune, como se elas se camuflassem entre as células amigas que não devem ser atacadas.
O pembrolizumabe é uma droga direcionada ao PD-1 (que é uma destas proteínas que impedem que o sistema imune ataque as células normais). Alguns tipos de câncer de mama, em especial os triplos-negativos, expressam PD-1, enganado o sistema imune. Quando o pembrolizumabe bloqueia o PD-1, ele melhora a resposta imune contra estas células, matando o tumor.
A imunoterapia pode ser utilizada em conjunto com a quimioterapia no tratamento de tumores de mama triplo-negativos nos seguintes casos:
- Antes da cirurgia para tumores maiores de 2 cm
- Antes da cirurgia para tumores que atingiram os linfonodos
- Na recorrência ou no tratamento de tumores metastáticos (que atingiram outros órgãos)
Possíveis efeitos colaterais incluem: fadiga, tosse, diarréia, náuseas, vermelhidão da pele (“rash cutâneo”), perda de apetite, febre, entre outros menos frequentes. Se você quiser saber um pouco mais sobre o uso do pembrolizumabe para o tratamento de tumores triplo-negativos, aqui está o estudo Keynote 522.
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Fonte: American Cancer Society – Immunotherapy for Breast Cancer
