agosto 25, 2023

AMAROS Trial

Se trata de um estudo fase III, de não-inferioridade, que avaliou o uso de radioterapia axilar versus linfadenectomia axilar em pacientes com linfonodo sentinela positivo. Foram incluídas pacientes com tumores de até 5 cm (cT1 a cT2) com axila clinicamente negativa (cN0). Foram excluídas pacientes submetidas a quimioterapia neoadjuvante, histórico de tratamento de outros tumores ou já tratadas com cirurgia axilar ou radioterapia. Linfonodos sentinelas com células tumorais isoladas não foram considerados positivos. A pesquisa do linfonodo sentinela pode ser realizada com tecnécio e/ou azul patente.

Neste estudo, a radioterapia adjuvante na axila para as pacientes com linfonodo sentinela positivo iniciou-se em até 12 semanas após a cirurgia. Logo, para as pacientes com indicação de quimioterapia, esta foi realizada após a radioterapia. Nas pacientes submetidas a linfadenectomia axilar, foi realizado níveis I e II e dissecados no mínimo 10 linfonodos. A radioterapia englobou a axila e a fossa supraclavicular. O desenho do estudo está na figura a seguir.

Entre as pacientes incluídas, a maior parte apresentavam tumores de até 2 cm, 82% no braço linfadenectomia axilar e 78% no braço radioterapia e foram submetidas à cirurgia conservadora, 82% em cada braço do estudo. A média de linfonodos retirados foram dois em ambos os grupos. Em relação ao número de linfonodos positivos, a maior parte das pacientes apresentou 1 linfonodo positivo, com apenas 5% das pacientes de cada grupo apresentando mais de 3 linfonodos positivos. Em relação ao tamanho das metástases linfonodais, a maior parte apresentavam macrometástases, 29% apresentavam micrometástases e em torno de 10% células tumorais isoladas. Estes dados estão apresentados na tabela a seguir.

Apesar do grupo que recebeu radioterapia ter apresentado recorrência axilar pouco mais elevada que o grupo linfadenectomia (1,19% versus 0,43%), não houve diferenças significativas na sobrevida livre de doença e na sobrevida global entre os grupos. A sobrevida livre de doença em 5 anos foi de 86,9% no grupo da linfadenectomia axilar e de 82,7% no grupo de radioterapia (HR 1·18, 95% CI 0·93–1·51; p=0·18). Também não houveram diferenças na sobrevida global entre os grupos que foi de 93,3% no grupo linfadenectomia e 92,5% no grupo radioterapia (HR 1·17, 95% CI 0·85–1·62; p=0·34. As curvas de sobrevida livre de doença e sobrevida global estão representadas na figura a seguir.

Ainda, o grupo que recebeu linfadenectomia axilar apresentou maiores taxas de linfedema em relação ao grupo que recebeu radioterapia. Entretanto, não houve diferenças relevantes entre os braços quanto a qualidade de vida. As taxas de linfedema estão apresentadas na figura a seguir.

Fonte: Radiotherapy or surgery of the axilla after a positive sentinel node in breast cancer (EORTC 10981-22023 AMAROS): a randomized, multicentre, open-label, phase 3 non-inferiority trial. Lancet Oncol. 2014, Nov;15(12):1303-10. doi: 10.1016/S1470-2045(14)70460-7. Epub 2014 Oct 15.

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