agosto 22, 2023

Katherine Trial

É um estudo fase III que randomizou pacientes com câncer de mama HER2 positivo submetidas a quimioterapia neoadjuvante e trastuzumabe e com doença residual em mama ou axila após a cirurgia a receberem TDM-1 ou trastuzumabe adjuvante. O endpoint primário foi a avaliação da sobrevida livre de doença.

Foram excluídas as pacientes com tumores cT1aN0 e cT1bN0. como critério de inclusão, as pacientes deveriam ter recebido quimioterapia neoadjuvante por pelo menos 9 semanas com taxanos e 9 semanas de trastuzumabe, com ou sem antraciclina. Após 12 semanas da cirurgia, as pacientes foram randomizadas para receberem TDM-1 ou trastuzumabe a cada 3 semanas por 14 ciclos. Radioterapia ou hormonioterapia foram administradas de acordo com os protocolos de cada instituição. O desenho do estudo está na figura a seguir.

As características entre os grupos foram homogêneas. A maior parte das pacientes apresentaram tumores com receptores hormonais positivos, luminais B HER2 (72,3%), receberam antraciclinas (76,9%) e um segundo agente anti-HER2 (19,5%) neoadjuvante. 

Como resultados, a sobrevida livre de doença invasiva foi significativamente maior no braço TDM-1 (HR 0.5; IC 95% 0.39 – 0.64, p < 0.001) com a incidência de doença invasiva de 12,2% no braço TDM-1 versus 22,2% no braço trastuzumabe. Ainda, foi estimado que 88,3% das pacientes estariam livres de doença invasiva em 3 anos no braço TDM-1 versus 77% no braço trastuzumabe. Este benefício se manteve na análise de subgrupo tanto para pacientes com tumores luminais B HER2 quanto para tumores HER2 superexpresso, independente da presença de doença linfonodal residual e mesmo nas pacientes com doença residual mínima (até 1 cm). Nesta análise de subgrupo, entretanto, não houve diferença entre os braços do estudo para pacientes com mais de 65 anos. A recorrência a distância foi de 10,5% no grupo que recebeu TDM-1 versus 15,9% no grupo que recebeu trastuzumabe, com um redução do risco de doença a distância de 40% no braço TDM-1 (HR 0.6; IC 95% 0.45 – 0.79). Após 40 meses de follow-up, não houve diferença significativa na sobrevida global entre os grupos (HR 0.7; IC 95% 0.47 – 1.05, p 0.08). Estes resultados estão representados nos gráficos a seguir.

Os principais efeitos colaterais do TDM-1 foram fadiga, náusea, plaquetopenia, aumento de transaminases, cefaléia, artralgia, epistaxe e radiodermite. Foram relatados mais efeitos colaterais 98,8% versus 93,3% e mais eventos grau 3 no grupo TDM-1 (25,7% versus 15,4%) sendo os principais plaquetopenia, aumento de bilirrubinas e transaminases, neuropatia periférica e redução da fração de ejeção. Houve descontinuidade do tratamento em 18% dos casos no braço TDM-1 versus 2,6% dos casos no braço trastuzumabe.

Fonte: Trastuzumab Emtansine for Residual Invasive HER2-Positive Breast Cancer. von Minckwitz G, Huang CS, Mano MS, Loibl S, Mamounas EP, Untch M, Wolmark N, Rastogi P, Schneeweiss A, Redondo A, Fischer HH, Jacot W, Conlin AK, Arce-Salinas C, Wapnir IL, Jackisch C, DiGiovanna MP, Fasching PA, Crown JP, Wülfing P, Shao Z, Rota Caremoli E, Wu H, Lam LH, Tesarowski D, Smitt M, Douthwaite H, Singel SM, Geyer CE Jr; KATHERINE Investigators. N Engl J Med. 2019 Feb 14;380(7):617-628. doi: 10.1056/NEJMoa1814017. Epub 2018 Dec 5

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