O diagnóstico de câncer é um evento que provoca mudanças na vida das pessoas. As incertezas a respeito do diagnóstico e tratamento afetam o bem-estar das pacientes e a religiosidade e a espiritualidade podem ser um meio de suporte para muitas mulheres que encaram essa realidade.
Diversos estudos mostraram que a espiritualidade e a religiosidade estão relacionadas a melhora na saúde das pessoas. Isto ocorre pela união de uma série de fatores como maior apoio social por parte da congregação ou grupo religioso, visão de mundo mais positiva e, também, porque geralmente estas pessoas possuem melhores hábitos de vida como menor uso de substâncias como tabaco e álcool.
Outros estudos mostraram que sentimentos como “paz interior”, “maior sentido na vida” e maior esperança e otimismo estão relacionadas a menos sintomas como cansaço, insônia, diarréia e a uma melhor tolerância aos efeitos colaterais da hormonioterapia com tamoxifeno e anastrozol.
Um estudo interessante avaliou todos estes aspectos em pessoas de diferentes religiões: budistas, católicos, judeus, muçulmanos e protestantes e observaram que não houve diferença entre o estado de saúde destas pessoas, tendo todas as religiões contribuído para uma maior espiritualidade e maior pensamento positivo.
Mas como os estudos conseguem mensurar esta relação entre espiritualidade e melhora na saúde? Foram desenvolvidas escalas que contém inúmeras perguntas divididas em sessões específicas como: senso de propósito e o significado de vida, valores e crenças em um “poder maior”, capacidade de perdoar e de se sentir perdoado por este “ser maior”, frequência e aderência aos rituais religiosos, se há apoio de pessoas em uma congregação ou grupo religioso, entre outras.
Independente de qual seja a crença religiosa, os cuidados às pacientes oncológicas podem ser melhorados quando consideramos os aspectos espirituais como uma abordagem humanizada do tratamento.
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