agosto 2, 2023

OlympiA

É um estudo fase III que randomizou pacientes com câncer de mama luminais HER2 negativo ou triplo negativo portadoras de mutação germinativa de BRCA 1 ou BRCA 2 a receberem Olaparibe ou placebo por 1 ano após o tratamento. 

No grupo que recebeu tratamento neoadjuvante, foram incluídas no estudo pacientes com tumores triplo negativos que não obtiveram resposta patológica completa (pCR) e pacientes com tumore luminais HER2 negativos sem pCR e com CPS-EG Score ⩾ 3. O CPS-EG Score é calculado para tumores luminais e utiliza a somatória de pontuação entre o estadiamento clínico, estadiamento patológico, receptor hormonal e grau nuclear e varia entre 0 a 6. O cálculo do CPS-EG Score pode ser feito seguindo a tabela abaixo.

No grupo que recebeu tratamento adjuvante, foram incluídas pacientes com tumores triplo negativos ⩾ cT2 e N+ e pacientes com tumores luminais HER2 negativos ⩾ 4 linfonodos positivos. O objetivo primário foi avaliar a sobrevida livre de doença e os objetivos secundários incluiram sobrevida global e segurança e tolerabilidade. A tabela a seguir mostra o desenho do estudo.

Foram incluídas 1836 pacientes, 921 pacientes recebeu olaparibe 300 mg 2 vezes ao dia e 915 pacientes recebeu placebo 2 vezes ao dia por 1 ano. Como resultados, o grupo que recebeu o inibidor de Parp apresentou risco 42% menor de recorrência de doença invasiva (HR 0.58; IC 99.5% 0.41 – 0.82; p < 0001), sendo a sobrevida livre de doença invasiva em 3 anos de 85.9% no grupo Olaparibe e de 77.1% no grupo placebo. Estes dados estão representados no gráfico A. 

A sobrevida livre de doença a distância também foi maior no grupo que recebeu Olaparibe (87,5% em 3 anos versus 80,4% no grupo placebo) e com uma redução de risco de 43% (HR 0.57, IC 99,5% 0.39 – 0.83, p < 0.001). Estes dados estão representados no gráfico B. 

Em relação à sobrevida global em 3 anos, ela foi de 92% no grupo Olaparibe versus 88,3% no grupo placebo, com risco de morte 32% menor (HR 0.68, IC 99.5% 0.44 – 1.05, p 0.02).O gráfico de sobrevida global está representado na figura C.     

Eventos adversos ocorreram em torno de 10% dos pacientes do estudo. Os efeitos colaterais mais frequentes com o uso do Olaparibe foram: náusea, fadiga, anemia, vômitos, cefaléia, diarréia, neutrofilia, entre outros. Apenas 1% dos pacientes apresentaram efeitos adversos grau 3 e 9,9% descontinuaram o tratamento devido a náusea, anemia, fadiga e neutrofilia. Ainda, não houve diferença entre os grupos Olabaribe e placebo em relação à qualidade de vida.Cabe ressaltar de forma muito interessante é que as pacientes que utilizaram Olaparibe apresentaram menor incidência de outros tumores como: ovário (1,2% olaparibe versus 2,3% placebo), trompas (0,1% Olaparibe versus 0,4% placebo) e câncer de mama contralateral (0,9% Olaparibe versus 1,3% placebo), entre outros.

Se você tiver interesse em ler este estudo na íntegra, clique aqui.

Fonte: Adjuvant Olaparib for Patients with BRCA1– or BRCA2-Mutated Breast Cancer, N Engl J Med. 2021 Jun 24;384(25):2394-2405. doi: 10.1056/NEJMoa2105215. Epub 2021 Jun 3.

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